América e Filipinas

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O Sínodo para a Pan-Amazônia

 

 

Tema: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral

 

 

1. Processo histórico que antecede o Sínodo:

 

 A primeira pessoa a sinalizar para a questão da Amazônia foi o Papa Paulo VI, já nos anos 70, quando disse que "Cristo aponta para a Amazônia".

 

Dois anos depois, em 1972, na cidade de Santarém, a Igreja do Brasil decidiu basear sua ação pastoral e evangelizadora em duas diretrizes:

 

*  a Encarnação na realidade, pelo conhecimento e pela convivência, na simplicidade

 

* a Evangelização Libertadora.

 

Esta ação evangelizadora favoreceu o crescimento de uma Igreja mais local, ministerial, laical e missionária.

 

Ao celebrar os 40 anos desde o Documento de Santarém, a Igreja na Amazônia fez memória, manifestou a continuidade de sua caminhada como discípula missionária do Reino, enfrentando corajosamente velhos e novos desafios (Santarém: memória e compromisso, 2012). 

 

Por ocasião da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em 2013, as palavras do Papa Francisco aos Bispos do Brasil, deram novo impulso para refletir sobre a realidade política e religiosa da Amazônia Legal (brasileira) para promover e defender a vida dos habitantes dessa região e de sua rica biodiversidade. Disse ele: "...a Amazônia é um teste decisivo, banco de prova para a Igreja e a sociedade brasileiras... Desde o início a Igreja está presente na Amazônia com missionários, congregações religiosas, sacerdotes, leigos e bispos e lá continua presente e determinante no futuro daquela área”.

 

Essas palavras foram incentivo para retomar as intuições de Santarém-1972, e atualizar as prioridades de então: formação de agendes de pastoral – comunidades cristãs de base – pastoral indígena – grandes projetos – juventude. 

 

A partir desse novo impulso dado pelo Papa Francisco, é criada a Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) em 09/2014, em Brasília (DF). O nascimento se dá a partir de uma provocação da V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe, em Aparecida (SP) em 2007, em cujo documento se explicita: “Criar nas Américas a consciência sobre a importância da Amazônia para toda humanidade. Estabelecer entre as Igrejas locais de diversos países sul-americanos, que estão na bacia amazônica, uma pastoral de conjunto com prioridades diferenciadas para criar um modelo de desenvolvimento que privilegie os pobres e sirva ao bem comum” (DAp 475).

 

A partir desse documento, as entidades que se uniram para fundar esta rede foram: Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Secretariado da América Latina e Caribe de Caritas (SELACC), Confederação Latino-americana e Caribenha de Religiosos e Religiosas (CLAR).

 

A REPAM é formada pelos 9 países que formam a Pan-Amazônia: Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname.  

 

Desde sua fundação, a REPAM-Brasil trabalha para tecer redes em defesa da CASA COMUM. Seu propósito é escutar, acompanhar, apoiar, animar, formar, servir, estimular, comunicar e unir as forças  para responder aos grandes desafios socioambientais. Aposta no protagonismo dos povos amazônicos na defesa e cuidado da casa comum através de um serviço de interconexão e articulação de ações entre , pessoas, comunidades, paróquias, dioceses, CRB e Organizações e movimentos eclesiais.

 

Em 2015, com a publicação da “Laudato si" sobre o cuidado da casa comum, o Papa Francisco, critica o consumismo e o desenvolvimento irresponsável e faz um apelo à mudança e à unificação global para combater a degradação ambiental e as alterações climáticas.

 

 

Em 2017, o papa Francisco convocou a Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para outubro de 2019, com o tema “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma Ecologia Integral”. Propôs como objetivo,  “identificar novos caminhos para a evangelização daquela porção do Povo de Deus, especialmente dos indígenas, frequentemente esquecidos e sem perspectivas de um futuro sereno, também por causa da crise da Floresta Amazônica, pulmão de capital importância para nosso planeta".

 

A partir da Convocação para o Sínodo, os membros da REPAM se organizaram em uma grande articulação para que nas dioceses dos países implicados houvesse assembleias dando prioridade de participação aos indígenas e na qual pudessem escutar a população local. Para isso elaboraram um questionário, enviado às dioceses e respondido pelos participantes das assembleias. Com o material recolhido foi elaborado o documento preparatório no qual constam os assuntos que estarão na pauta do Sínodo para a Amazônia. Este documento se encontra no site da REPAM.

 

 

2. A Pan Amazonia, a situação dos povos indígenas e implicações para o futuro da Amazônia e do planeta

 

A Pan Amazonia é uma região com 7,8 milhões de km²,  onde vivem 33 milhões de habitantes, sendo que:

 

População Indígena: 2.779.478; Povos Indígenas: 390; Povos “isolados”: 137; Línguas faladas: 240;

 

Famílias lingüísticas: 49; Famílias mais numerosas: Aruak, Karib e Tupi-Guarani

 

Povos indígenas na Amazônia brasileira: Povos indígenas: 180, População Indígena: 433.363, Línguas indígenas: cerca de 150;Terras indígenas: 620

 

No início da invasão do Brasil em 1500 eram faladas 1.200 línguas na região.

 

Todo este território é visto por muitos como um grande vazio demográfico, sem utilidade, a ser explorado. Essa visão, absolutamente equivocada, tem sido trágica para os povos indígenas sobreviventes de séculos de massacres e de dominação, e também para as comunidades tradicionais.

 

A partir de 1960-70, as políticas de desenvolvimento e integração da Amazônia  provocaram uma onda de violência que atingiu os povos indígenas. Estradas como a Transamazônica, a Belém-Brasília, BR-364, BR-174 e a Perimetral Norte rasgaram a floresta. As tribos Waimiri-Atroari, Yanomami, Arara, Parakanã, Cinta Larga, Nambikwara, entre muitos outros, foram duramente atingidos pelas epidemias e por expedições de extermínio com participação do poder público.

 

Em 2012, os estados que compõem a Amazônia concentraram, 489 dos 1.067 conflitos por terra registrados no país (45,8%), que envolvem desocupações, resistência e enfrentamentos motivados pelo acesso à terra.  Nela se concentraram 58,3% dos assassinatos (21 de 36); 84,4% das tentativas de homicídio (65 de 77); 77,4% das ameaças de morte (229 de 296); 62,6% dos presos (62 de 99); 63,6% dos registros de agressão (56 de 88); e 67% dos casos de trabalho escravo. A expansão da indústria extrativa mineral é apontada como um dos principais responsáveis pelas ocorrências. (Relatório CPT).

 

Hoje há uma retomada dos megaprojetos de infraestrutura, através do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, articulado com a IIRSA (Iniciativa de Integração da Infraestrutura Regional Sul Americana). Neste meio tão cobiçado estão os povos indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais, o povo amazônico e seus direitos, duramente atingidos e atacados.

 

Essa realidade é particularmente ameaçadora para os povos em isolamento voluntário, acossados por todos os lados, com seus espaços territoriais  cada vez mais limitados e vulnerabilizados. Os povos indígenas do Brasil estão sob forte ataque aos seus direitos territoriais que partem dos Três Poderes da república: Executivo, Legislativo e Judiciário. Depois das conquistas constitucionais, os direitos indígenas nunca estiveram tão ameaçados como hoje

 

Além da realidade dos povos que aí vivem, do ponto de vista ambiental, o número de alertas sobre desmatamento e degradação da Floresta Amazônica aumentou em 35% entre agosto de 2012 e julho de 2013. As imagens de satélites usadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE),  mostraram que, entre agosto de 2012 e julho deste ano, as áreas possivelmente devastadas chegaram a 2.766 Km² .

 

As previsões para a Amazônia, segundo o estudo do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, organismo científico criado pelo governo federal em 2009 são alarmantes:

 

-          Até o ano 2040: redução em 10% no volume de chuvas e aumento de temperatura de 1 ºC a 1,5°C .

 

-           De 2041 a 2070: diminuição de 25% a 30% nas chuvas e alta de temperatura entre 3°C e 3,5°C .

 

-           De 2071 a 2100: redução nas chuvas de 40% a 45% e aumento de 5°C a 6°C na temperatura .

 

O desmatamento pode agravar a situação elevando ainda mais a temperatura e diminuindo a umidade - condições propícias à savanização da Panamazônia. Soma-se a esta realidade a da mineração, da caça ilegal e outras que contribuem para a degradação ambiental.

 

3.Importância do Sínodo para a Amazônia

 

Este é um sínodo com características especiais: seu aspecto participativo desde sua organização (expertos para elaboração coletiva, conhecedores da realidade e com uma mulher na equipe), conteúdo e metodologia sinodal (desde a preparação, celebração e aplicação das orientações sinodais); um sínodo pensado a partir da escuta das bases - o que constitui uma mudança de paradigma - não vem hierarquizado; a composição do conselho pré-sinodal com as 7 conferências episcopais dos países da Panamazonia e a REPAM; elaboração do instrumento de trabalho a partir de consulta à população e a expectativa de uma extensão da Laudato Si. Enfim um Sínodo não ORDINÁRIO, o que abre espaço para intervenções e sugestões.

 

 

Um Sínodo para CONHECER a riqueza do bioma, os saberes e a diversidade dos Povos da Amazônia, especialmente dos povos Indígenas, suas lutas por uma ecologia integral, seus sonhos e esperanças.

 

Um Sínodo para RECONHECER as lutas e resistências dos Povos da Amazônia que enfrentam mais de 500 anos de colonização e de projetos desenvolvimentistas pautados na exploração desmedida e na destruição da floresta e dos recursos naturais.

 

Um Sínodo para CONVIVER com a Amazônia, com o modo de ser de seus povos, com seus recursos de uso coletivo compartilhados num modo de vida não capitalista adotado e assimilado milenarmente.

 

Um Sínodo para DEFENDER a Amazônia, seu bioma e seus povos ameaçados em seus territórios, injustiçados, expulsos de suas terras, torturados e assassinados nos conflitos agrários e socioambientais, humilhados pelos poderosos do agronegócio e dos grandes projetos econômicos desenvolvimentistas.

 

Este evento é ao mesmo tempo regional e universal: Regional porque visa encontrar juntos respostas adequadas aos grandes desafios pastorais e sociais da região Pan-Amazônica; Universal pois é um evento que universaliza o próprio Sínodo. Mesmo que as questões sejam locais elas têm dimensão mundial; vão além das questões específicas do Sínodo com relação aos novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral.

 

A Amazônia deu nome ao Sínodo por ser o maior dos biomas e o mais importante, mas junto com ele, temos outros de fundamental importância para a vida do planeta: o Aquífero Guarani, as Florestas tropicais de Ásia Pacífica, o Corredor biológico mesoamericano e a Bacia fluvial do Congo.

 

Muito embora sejam tesouros locais, eles pertencem à humanidade, e cabe a todos nós cuidar e lutar por nossa terra que clama pelo uso irresponsável destes bens, pois estamos vivendo uma crise urgente que necessita ser superada ainda no século XXI, caso contrário será tarde demais.  Alguns dados impressionam por seu gigantesco alcance:

 

*  Essa região absorve mil milhões de gás carbônico por ano, sem ela o planeta explodiria.

 

*  Os fluxos de água são os maiores multiplicadores de umidade do mundo.

 

*  Há um sistema natural em que o vento carregado de umidade que vêm do oceano atlântico entra na região da Panamazonia descarregando abundante chuva sobre ela; as nuvens chocam com os Andes que não as deixa passar para o Oceano Pacífico. Parte dessa umidade se precipita como neve nas montanhas e o degelo alimenta os rios amazônicos. Outra parte das nuvens é desviada para o Norte e Caribe e para o sul fertilizando o Continente. Este sistema é como uma bomba de vida e se deixar de funcionar, será irreversível.

 

*  A Panamazonia é um bioma interconectado, interdependente e é esse seu dinamismo próprio que devemos entender para cuidar. Há um delicado intercâmbio entre hidrosfera, atmosfera e geosfera; a destruição de um compromete os outros.

 

*  A destruição da mata e as queimadas interferem no clima, provocam secas. Em 10 anos já houve 3 grandes secas. Pelo ciclo natural seria 1 a cada 100 anos. Se continuam as queimadas e destruição da mata, corre-se o risco de que de 30% a 60% se torne savana. Se cruzarmos esse limite, não haverá retorno e o calor aumentará insuportavelmente. Os povos que vivem das riquezas naturais serão os primeiros prejudicados e, entre eles, os indígenas, os mais ameaçados, e que já sofrem com toda a destruição realizada.

 

*  Algumas zonas que já foram destruídas serão bosque, savana, mas não tornarão a ser floresta e isso mudará o clima. Mesmo sendo um bioma local,  é decisivo para a vida do planeta.

 

Este bioma, ponto de equilíbrio, está ameaçado pela ideia de progresso ilimitado que se fundamenta na crença de que os bens do planeta são ilimitados, justificando assim a voracidade com que empresas o destroem fazendo uso abusivo deles. Vê-se que o bem maior não é o ser humano, mas o lucro a qualquer custo, pois estamos diante de um modelo de desenvolvimento destrutivo e de um sistema insustentável.

 

Somos chamadas a avançar em algumas dimensões:

 

*  Trabalhar em rede, somar forças e criatividade;

 

*  Viver uma espiritualidade ecológica que provoque mudança pessoal e comunitária na nossa relação com Deus, com os povos e com a natureza;

 

*  Converter o coração – transformando nossa vida pessoal;  

 

*  Mudar nosso estilo de vida – viver com simplicidade;

 

*  Levantar a voz, dentro da esfera pública e em nível mundial, para a necessidade de um novo paradigma de desenvolvimento.

 

 

Equipe itinerante na Amazônia



Encontro Latino-Americano de Equipes Provinciais

 

Aconteceu, de 16 a 18 de fevereiro, em Ciudad Del Est-PY, o 5º Encontro de Equipes Provinciais da Al e Caribe.

 

A grande motivação desta edição do encontro foi preparar os trabalhos para o 43º Capítulo Geral, que acontecerá este ano, em Castres-França, e dar continuidade ao Projeto de Formação Permanente para as Províncias da América Latina e Caribe. Foi a primeira vez que tivemos a presença da Delegação do Haiti, que trouxe muita vida e esperança para as reflexões e projeções.

 

"Ontem e hoje, juntas, ao redor do mesmo fogo, renovamos os sonhos de dignidade e comunhão".

 


Nas Filipinas

Notícias das Comunidades de Filipinas


Em Nova Venécia ES Brasil

Em Cariacica ES


Oração à Santa Emilie de Villeneuve

Missão itinerante na Amazônia

Ir. Edinéia e as tribus indígenas: Protesto contra a PEC 215

Irmã Edineia, da comunidade Azul de Cuiabá, juntamento com 40 indígenas de Mato Grosso estão viajando para Brasília. Vão unir-se aos outros povos no manifesto contra a PEC 2015. (Saiba mais)

Nessa comissão estão indo os povos Muduruku, Kayabi, Apiaká, Chiquitanos e Bororos.

Encontro Latino americano no Mato-Grosso

Pelos Caminhos de Emilie de Villeneuve do Carisma à Gestão: “Sons, Tons e Texturas”. Cronograma – ELADE – Província do Mato Grosso – 22 a 26/09/2015.   Leia mais>

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25 anos em Queretaro México

Vinte e cinco anos atrás, uma brisa suave chegou até Queretaro. Três mulheres corajosas deixaram família e país para proclamar a boa notícia de Jesus.

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Missão em Aimogasta Argentina

Peregrinação do povo ao Senhor da Penha,  santuário religioso popular  em Aimogasta.

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Profissão religiosa de M. Priyangika Shiromani Fernando nas Filipinas


Encontro da REDE SOCIAL AMERICA LATINA

Desculpe-me de não ter lhes dado antes notícias do encontro, mas só hoje que pude parar para lhes escrever. Os preparativos do Encontro da Rede Social, do Seminário dos Educadores, mais a Assembléia da província foi impossível parar. Mas no final nos alegramos, pois tudo dá certo! Angélica, Carolina, Dolores (Paraguai) e Cristina (Uruguai) retornaram contentes.

 

Depois do encontro do Paraguay foi essa, a oportunidade que tivemos para nos encontrar como Rede de Solidariedade, a fim de partilharmos nossas experiências de Missão com os mais pobres, a nível de América Latina. O convite para participar do Seminário da ANEC (Associação das Escolas Católicas) em parceria com outras organizações possibilitou a participação de irmãs e leigos que juntos, assumem a missão de tornar vivo nosso Carisma.

 

No dia 03/10 nos reunimos como equipe na casa Provincial, para compartilharmos nossas conquistas e desafios. Sentimos que o compromisso com os mais pobres é prioridade e somos continuamente convocadas a nos fortalecer, para intervir nas diferentes situações, onde a vida está sempre ameaçada. Temos a necessidades, na medida do possível, intervir nas causas que colocam tantas pessoas na situação de miséria. A melhor forma é a nossa intervenção para efetivar as Políticas Públicas, que faverecem a população de forma coletiva e não pontual.

 

Dia 04 - Visita aos diferentes locais dos trabalhos sociais: Quintal da Criança, (Centro de São Paulo), Centro Social Esperança e Obra Social Coração Imaculado de Maria. No lar Infantil coração de Jesus, em Cotia, não foi possível devido as distâncias.

 

Na riqueza e simplicidade da partilha, vimos que os trabalhos realizados, acontecem em parceria com o poder público, com organização não governamental, que comungam conosco os mesmos sonhos e Carisma.

 

Sentimos que o trabalho social não está fechado no interior de nossas instituições, mas existem abertura para outras organizações que, de certa forma nos complementamos, nos diferentes atendimentos as necessidades da população em situação de vulnerabilidade e riscos sociais.

 

Nas partilhas se comunicavam : sonhos, entusiasmos, desafios, esperanças, compromissos e forte desejo de qualificar nossa presença junto aos pobres, para que eles possam ser pessoas autonomas, capazes de reconhecer e conquistar seus direitos na sociedade e deles desfrutar.

 

No dia 05 - Participação do Seminário, que teve como objetivo refletir sobre o papel do Educador Social que atua nas Entidades Sociais Católicas, a partir das temáticas: MISSÃO, IDENTIDADE E PROTAGONISMO, com o propósito de contribuir para uma Educação e formação, humana, libertadora, ética e cristã.

 

Éramos em 353 pessoas, representando 49 Entidades. Iniciamos com uma oração, criando um ambiente de espiritualidade que nos ajudasse a viver o lema do encontro, tendo os "olhos fixos em Jesus... e os pés firmes no solo das comunidades".

 

Pessoas com uma significativa experiência no campo do trabalho social nos ajudaram a VER, JULGAR E a forma de AGIR no contexto de exclusão social que vivemos. Foi um dia de intensa reflexão, às 18 horas retornamos a casa Provincial onde Glorinha nos esperava com uma bom jantar!

 

NOSSA PROPOSTA: Visto que os pobres são os primeiros destinatários da Missão de EMILIE. Portanto hoje, cabe a nós dar continuidade a sua Missão, de tornar vivo o Carisma, estando atentas a ouvir, onde a Voz dos Pobres nos chamam e muitas vezes, são vozes seliciadas por tantos mecanismos utilizados pela sociedade. Vemos como necessidade uma reflexão maior, um acompanhamento e um investimento mais sistematizado para que possamos dar continuidade a essa REDE de SOLIDARIEDADE.

 

Um abraço com muito carinho;

 

Angélica, Cristina Pedrana e Mara

O Brasil em Roma; Canonização de Santa Emilie

SIPT DE AMERICA LATINA

Encontro internacional das Irmãs que se preparam à Profissão definitiva

“…Venho com toda alegria de minh´ alma

e toda plenitude de meu coração,

   renovar e confirmar…”

Emilie, 1º de novembro 1837

 

 

Queridas irmãs e irmãos,

 

No dia 25 de janeiro iniciamos o nosso retiro com o acompanhamento da Ir. Iolanda Pires. O tema foi “... Agora quero trabalhar com um entusiasmo renovado para fazer-te viver e reinar...”. Emilie

Com muita disponibilidade acolhemos este momento tão esperado por cada uma de nós, para estarmos aos pés do Mestre e deixar que Ele nos falasse ao coração. Reentusiasmando-nos e deixando-nos envolver por seu amor. Gozar de sua presença gratuita, permitindo-nos experimentar sua bondade, sua misericórdia e sua ternura de Pai-Mãe, que nos abraça na totalidade de nosso ser.

Como Emilie, também nós queremos trabalhar com um ardor renovado, que se nutre do fogo abrasador que surge do diálogo de coração a coração, de estar e permanecer aos pés de Jesus Salvador, deixando que sua palavra nos revele seus “desígnios de amor” para conosco e para com os povos.

Sentimo-nos convidadas como Maria Madalena a sermos mulheres com a história redimida, com uma identidade renovada, capaz de ir em busca de seu Mestre, senhor e amigo, onde quer que esteja, a fim de encontrá-lo como fundamento e sustentação de nossa razão de ser.

Esta intimidade confirmou para nós, neste momento, nosso ser de discípula e missionárias.

Do dia 03 a 05, aprofundamos o nosso permanecer como discípulas; Ir. Susana e Ir. Irma nos ajudaram neste reconhecer nosso ser de discípulas, iluminadas pelo texto de Marta e Maria. “Ser contemplativas na ação e ativas na contemplação.” Reconhecendo que dentro de nós habita um pouco de Marta e Maria. Fomos convidadas a fazer este caminho de crescimento humano e amadurecimento espiritual.

Inspiradas pelas palavras de Emilie, procuramos fazer uma síntese pessoal, aonde fomos percebendo que: já há um caminho realizado e que temos coisas para tocarmos e seguirmos aprofundando.

  • Compartilhar e conviver em comunidade criando fraternidade;
  • Abrindo-nos ao novo em nossas vidas e deixando renascer a vida.

Foi muito lindo também trabalhamos o sentido de PERMANECER. “Jesus virou-se para trás, e vendo que o seguiam, perguntou: O Que é que vocês estão procurando? Eles disseram: Rabi (que quer dizer mestre), onde moras? Jesus respondeu: Venham, e vocês verão. Então eles foram e viram onde Jesus morava. E começaram a viver com ele naquele mesmo dia...”. (Jo 1, 38-39).

Estas palavras têm para nós vários sentidos: morar, ficar, estar em... Com este texto surgiu algumas provocações do que significa PERMANECER:

  • Sermos mulheres que buscam a centralidade em Deus;
  • Confirma que estamos fazendo caminho – processo;
  • Termos decisões e iniciativas.

Sentimos que a Léctio Divina vai se tornando parte de nós e reconhecemos que a Palavra não é resposta imediata, porque muitas vezes nos habilita, nos abre novas portas, e sabemos que a força transformadora não é apenas ler, mas sim ler com o olhar da fé.

“Eu sou a verdadeira videira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que não dá fruto em mim, o Pai o corta. Os ramos que dão fruto, Ele os poda para que dêem mais fruto ainda. Vocês já estão limpos por causa da palavra que eu lhes falei.” (Jo 15, 1-3)

A partir de uma aproximação com a palavra, com o que nos diz hoje, encontramos esse Jesus que plantea um amor plural “Amém-se” – “Permaneçam em mim para dar frutos”.

Mergulhando nessas interpretações, nos convida a nos reencontrarmos com nossos frutos.

  • A vida em si mesmo já e o maior fruto, caminha com toda a sua verdade e transparência;
  • Amar gratuitamente, sem interesse;
  • Criar e recriar vínculos comunitários e de amizade;
  • Liberdade;
  • Permissão frente a nossas possibilidades e capacidades.

“Tem sido uma época memorável para nós... encontrarmos em um caminho particularmente digno.” (Emilie CF. CM 1)

Neste tempo em que tivemos a possibilidade de “renovar e confirmar” nosso projeto de vida, fomos contemplando desde a presença de Deus, que através da palavra nos confirma e reconfirma o caminho, narramos nosso projeto pessoal carregado de vida e amadurecimento e nos propusemos vivê-lo.

E finalizando o SIPT, podemos reafirmar que, juntas, formamos uma família e sentimos que somos uma família como muitas vezes cantamos.

E nesta família nos conhecemos um pouco e nos tornamos mais próximas, partilhamos a vida e tocamos experiências profundas de nossa história, de nosso jeito de ser mulher e irmã azul. Cultivamos o respeito, o cuidado, a alegria, a amizade, a disponibilidade, a diversão, a festa.

Nesta família, partilhamos nossos talentos e habilidades, dons que recebemos gratuitamente de Deus para nos colocar a serviço do outro.

Nesta família aprofundamos e descobrimos, a partir de nossas próprias experiências, o dinamismo do que significa viver hoje o carisma azul. Assim reafirmamos nosso desejo de pertencer a essa família na condição de mulheres livres, consagradas e comprometidas a viver o projeto do Deus de Jesus Salvador.

Sentimo-nos super acolhidas pelas irmãs da comunidade chácara Santa Rosa que além do espaço físico, nos ofereceram a alegria, a fraternidade, a dedicação, o afeto e, sobretudo o testemunho de uma vida consagrada feliz.

Do mesmo modo agradecemos a Congregação, as nossas comunidades e Províncias, que nos acompanharam com sua orações, sentimo-nos favorecidas neste tempo de graça e renovação em nossas vidas, e como Emilie podemos afirmar: “Agora quero trabalhar com entusiasmo renovado para fazer-te viver e reinar...”

 

Patricia, Elizane, Paula, Francisca, Edinéia e Vanessa.

Cáceres, 10 de fevereiro de 2012.


1° Noticiário SIPT de América Latina

SIPT DE AMERICA LATINA

Mato Grosso do dia 15 de dezembro 2011 a 10 de fevereiro 2012

 

“…Venho com toda alegria de minh´ alma

e toda plenitude de meu coração,

   renovar e confirmar…”

Emilie, 1º de novembro 1837

                                         Queridas irmãs,

 

Após uma semana do início do SIPT, queremos compartilhar com todas um pouco das experiências que vivenciamos desde o primeiro momento que chegamos á Chácara Santa Rosa, em Cáceres - MT.

No dia 14 de dezembro, chegamos à Chácara e fomos muito bem recebidas pelas irmãs desta comunidade, que nos acolheram com muito carinho. Na chegada fomos convidadas a um momento de oração que as irmãs haviam preparado para nos acolher e dar as boas vindas, neste pequeno momento de oração cada uma de nós Junioras recebeu uma semente e fomos convidadas a nos perguntar “Sobre as sementes queremos plantar e cultivar neste tempo de interiorização e reflexão”.

No dia seguinte impulsionadas pela frase de Emilie “... Venho com toda alegria de minha alma e com toda plenitude de meu coração...”, Susana e Irma, nos ajudaram a refletir e partilhar com o grupo as nossas expectativas para o SIPT. Após esse momento cada uma de nós partilhou um pouco de sua história de vida, suas raízes familiares e culturais. Para facilitar a partilha cada uma trouxe um símbolo significativo que a identifica e acompanha em sua história pessoal e vocacional. A partilha aconteceu com muita abertura e simplicidade, fomos nos deixando interpelar umas pelas outras e assim começamos a criar laços mais fortes de amizade entre nós. No final deste momento recebemos uma camiseta com o símbolo do SIPT como sinal de pertença e identificação ao grupo.

Com tudo isso fomos preparando nosso coração para receber Maria Veronese que nos acompanhou nos dias 16 a 22 de dezembro, nos orientando e ajudando a aprofundar nossa integração Psico - Espiritual, através de dinâmicas vivenciais e momentos de estudo e reflexão. Os conteúdos abordado foram sobre relações interpessoais, inteligência emocional, autoestima, comunicação assertiva, comunidade de Partilha, etc. O trabalho possibilitou que aos poucos fossemos nos conhecendo melhor e criando um ambiente de maior confiança,abertura e liberdade umas com as outras, mobilizando-nos e provocando um encontro mais profundo conosco mesmo, com nossa própria historia de vida, com a outra e com Deus. A partilha de tudo o que vivenciamos nestes dias nos enriqueceu como pessoa e fortaleceu-nos como grupo.

Susana nos orientou hoje (23/12) no período da manhã a um encontro com o Deus Encarnado, através da leitura orante da palavra de Deus na ótica feminista, a olhar a vida destas mulheres discípulas e apóstolas que acompanharam Jesus, e que são referência para nossa vida e nossas atitudes.

A alegria de celebrarmos juntas o Natal, nos sentimos impulsionadas a construímos juntas um presépio artesanal com as habilidades e criatividade de cada uma, e com a consciência de preservação da natureza usamos material reciclado.

Para que haja ainda uma maior integração entre nós, a ceia do Natal será intercultural, cada uma vai preparar algo de sua cultura para partilhar com todas.

Tudo isso aquece e prepara nosso coração para celebrarmos com mais alegria a vinda do Menino Deus que se Encarnou em nosso meio.

Agradecemos a todas por todos os gestos e delicadezas para conosco e também pelas orações e desejamos um FELIZ NATAL E ANO NOVO!

Com carinho, Junioras SIPT

Vanessa, Francisca, Edinéia, Paula, Elizane e Patrícia.