Roma, 18- 20 de agosto de 2017.
Queridas irmãs,
É com muita alegria que queremos partilhar, com todas, o tema que aprofundamos nestes três dias aqui em Roma.
Irmã Justi Muñoz veio de Madri para nos ajudar a aprofundá-lo e a quem somos muito agradecidas.
“A vida Religiosa, um modo significativo de vivê-la hoje, descobrindo o BELO em todos os aspectos de nossa consagração”.
Há poucas experiências de transformação, eficazes e intensas, como a beleza.
“Pertencer ao Senhor significa estar apaixonadas pelo seu grande amor, ser transformadas pelo esplendor de sua beleza: entregar-lhe a nossa pequenez como sacrifício de agradável odor, para que se converta em testemunho da grandeza de sua presença em nosso tempo, que tanto precisa ser impregnado pela riqueza de sua graça.” (Bento XVI)
Este é o tempo de graças, propício, para renovar-nos e para REAVIVAR o maravilhoso dom da vocação-missão, que Deus colocou em cada uma de nós.
Com a assessoria de Maria Filomena Mecabo, revisitamos a história de nossa Congregação a partir das Madres Gerais.
Temos uma bela história para contar, construída por mulheres de fé, cuja vida foi centrada em Deus Só, fortes diante dos ventos contrários das revoluções, valentes diante das dificuldades e das guerras, hábeis para encontrar maneiras de continuar servindo aos pobres - de quem sempre estiveram próximas. Mulheres abertas a seguir o sopro do Espírito quando se tratou de buscar vida digna em novas fronteiras.
Com Maria Luíza Ayres conhecemos a história do processo de beatificação e canonização de Nossa Boa Madre, assim como as graças que continuam sendo alcançadas por seu intercessão.
Nossa noite festiva dessa vez foi animada pela província de São Paulo que nos colocou em clima de dança cultural- quadrilha junina.
De 26 a 29 de agosto tivemos 4 dias de formação com a irmã Marie Paul Ross, religiosa, doutora em sexologia clínica. Esta sessão nos ajudou a entender a nossa sexualidade de uma forma global: componentes cognitivo - espiritual, afetivo e físico. Acolher e nomear as experiências de nossa história pessoal nos ajuda a liberar o que nos paralisa. Marie Paul criou o método de intervenção global de sexualidade e saúde, que consiste em dar ferramentas muito simples para um auto tratamento que ajuda a viver plenamente nossa sexualidade de acordo com o voto de castidade que requer uma maturidade afetiva baseada no amor incondicional de Deus e que nos impulsiona a um amor universal e se manifesta com uma disponibilidade para ir lá onde a voz do pobre nos chama.
A sessão com Marie Paul nos ofereceu a oportunidade de identificar os elementos a serem considerados no processo de maturidade afetivo-espiritual para viver melhor o celibato consagrado. Numa das noites da semana, nos alegramos com a festa da província de Mato Grosso - Bolívia compartilhando a realidade, cultura e missão e uma boa dança cultural.
No dia 30 de agosto, vamos cedo ao Vaticano, na audiência com o Papa que em sua catequese fala exatamente do tema da reciclagem: reavivar o dom de Deus que está em cada uma. À tarde, já em casa, a eucaristia de conclusão de nossa reciclagem, agradecendo a umas e outras pela acolhida, a fraternidade, a simplicidade vivida neste tempo. Foi lindo simbolizar a bênção de Maria Imaculada nas fitas coloridas passando sobre todos até chegar ao Altar. Em seguida, o envio para a missão feito pela equipe geral, acompanhado do símbolo de reciclagem, entregue a cada uma.
O dia seguinte foi de peregrinação a Assis onde visitamos as basílicas em clima de oração e de recolhimento, pensando em cada uma de vocês e unidas na jornada mundial de oração pela criação. Quem ficou em Roma aproveitou para visitar o museu do Vaticano.
Esta reciclagem, iniciada em Castres, foi para nós uma chuva de graças e bênçãos de Deus. Agradecemos, de coração, a equipe geral, as nossas províncias e irmãs de comunidade, por podermos participar, pelas orações e mensagens mostrando interesse e carinho. Continuem rezando por nós.
Merci beaucoup, obrigada, muchas gracias, grazie, thank you!!!
Castres, 15 de agosto de 2017
Queridas irmãs, queridos irmãos,
Recebemos com prazer os ecos do nosso primeiro jornal de reciclagem e, é com muita alegria, que voltamos a partilhar nossa vivência de 7 a 13 de agosto. Queremos antes de tudo, expressar-lhes a nossa gratidão pelo seu interesse por nós. De toda parte, recebemos mensagens de incentivo e de certeza de suas orações. Desta forma, reforçam a consciência que temos da importância desse momento privilegiado e de nosso sentido de corpo. Mil agradecimentos!
Vivemos a segunda semana de nossa reciclagem em três grandes momentos : a peregrinação a Toulouse e a Pibrac nos passos de Emilie, um dia de formação sobre o tema da busca da vontade de Deus e o retiro de cinco dias, animado pela nossas irmãs Marie Philomène Diouf e Eliane Claire Kenguele.
Na segunda-feira 7 de agosto às 8h30min, o ônibus partiu para Toulouse, numa estrada cheia de emoção para cada uma; nós a percorremos num clima de oração, em companhia de Emilie que nasceu aí, que a frequentava na sua adolescência e na sua juventude e, mais tarde ia, muitas vezes, por questões administrativas, espirituais e missionárias.
Chegando a Toulouse, fomos diretamente à Catedral Saint Etienne, onde nossa Boa Madre foi batizada no dia 11 de Março de 1811. Nossos olhos viram, nossas mãos tocaram e nossos corações emocionados renovaram as promessas de nosso Batismo em frente ao Batistério, desta majestosa Catedral, onde ela foi batizada. Em visitando a Catedral nós nos inclinamos sobre o túmulo do Senhor Riquet DE Bonrepos antepassado de Emilie que construiu o canal de Midi.
A última etapa na Catedral foi a celebração em frente à capela de São Francisco Xavier, no mesmo lugar em que Emilie rezou com as primeiras missionárias antes de sua partida para o Senegal. Foi um momento intenso no qual lemos a carta às primeiras missionárias e cada uma, no fundo de seu coração, renovou seu ardor missionário e rezou pela congregação.
Às 11h30min, nossa peregrinação rumou para Pibrac, onde chegamos às 12h; após um pequeno descanso e piquenique, iniciamos a segunda parte.
Por que Pibrac ? Como sabemos, foi aí que Emilie fez uma peregrinação, levando, com ela, uma Irmã, uma noviça e uma aluna, a fim de pedir a intercessão da bem-aventurada Germaine, a proteção do convento e o fim da epidemia do cólera. Ela foi a última vítima. No caminho de Toulouse a Pibrac, lemos o relato das Memórias da Congregação.
Para nós, vir nesta igreja, onde repousa o corpo de santa Germaine e pisar o chão da casa paterna onde ela viveu, sofreu e morreu, levou-nos a rezar por nossas próprias « cóleras » e as de nossa sociedade atual : Cólera da injustiça, da corrupção, do indivualismo, das guerras, da fome, das novas formas de escravidão... Fomos tocadas pela simplicidade dos lugares tão ricos de história.
De volta a Castres às 17 h, jantamos com as irmãs da casa mãe antes de ir visitar as nossas irmãs de st Jaques que nos acolheram com muita alegria, mas também, com uma mesa muito bonita, para uma sobremesa especial ! Nós as agradecemos pelas delicadezas e, sobretudo, pela riqueza da partilha de sua missão e experiências.
Na terça-feira, dia 8 de agosto, começamos nosso dia de trabalho na capela com o tema « viver em sintonia com a vontade de Deus». A oração proposta nos ajudou a centrar-nos para reler e reavivar nossa paixão pela Vontade de Deus. O texto evangélico da anunciação nos apresenta o « Sim » de Maria como um ícone na acolhida da vontade de Deus em nossa vida.
Entretanto fica uma pergunta : não nos parece muito simples dizer, « fazer a vontade de Deus » ? O que é realmente a vontade de Deus ? A reflexão pessoal e em pequenas comunidades, a leitura de diferentes textos e as partilhas em plenário nos ajudaram a ressignificar o que, hoje, é para nós a vontade de Deus e como buscá-la.
A vontade de Deus tem a ver com o projeto de felicidade para a Humanidade. Projeto começado com a criação e continuado, após o pecado, pela promessa de um Salvador, manifestado no decorrer da história do povo eleito com gestos concretos de libertação, da promessa de uma terra, da lei, do perdão… projeto de amor, de justiça, de paz, de salvação. Foi Jesus Cristo quem cumpriu plenamente a vontade de Deus e é Nele que a conhecemos em sua profundidade. Será sempre em relação a esse projeto que devemos buscar a Vontade de Deus sobre nós e nossa missão.
Nossa Boa Madre, em seus escritos, nos lembra em toda circunstância: «Não deseje nada a não ser a vontade de Deus que Ele se dignará fazer-me conhecê-la». C-S.LII-464. Praticamente toda a vida de Emilie foi uma experiência dessa busca da vontade de Deus. Ela dizia « Eu me alimentarei sempre da santa Vontade de Deus, buscando-a e encontrando-a em tudo, na saúde como no sofrimento, no repouso como no trabalho». (O-15)
Uma de suas cartas à madre Germaine Merliot foi-nos muito importante. Vemos Emilie buscando a vontade de Deus em tudo. Não tinha medo dos sacrifícios, descentra-se de si mesma para se centrar na vontade de Deus. Sempre escutou a voz interior, muito atenta ao que sentia no seu íntimo. Reza, consulta, reflete e permanece fiel ao que acredita ser conforme à vontade de Deus. Mulher integrada, que pensava a partir de seu coração … Emilie, mulher completa em suas afeições, pensamentos, sentimentos e desejos, mas mulher de fé.
Esta carta nos introduz ao tema do discernimento que aprofundamos com outros textos. De nossas partilhas, reflexões e leituras concluímos que o discernimento é um processo que nos convida, cada dia, a adentrar no mistério da vontade de Deus. Certas de que nem sempre veremos as coisas com clareza, mas que podemos nos deixar conduzir na fé pelo sopro de Deus.
Numa carta de Emilie à Madre Séraphine, (C-SL-I,1-27) percebemos a importância do acompanhamento nos nossos processos de crescimento humano e espiritual. É um meio de graça no qual podemos reler nossa vida, conhecer-nos em profundidade e orientar-nos corajosamente nas sendas de Deus. Ajuda-nos a « assumir o passado com gratidão, viver o presente com alegria e o futuro com esperança », contando com as potencialidades, sem nos desencorajar, nem negar as fragilidades. Na Bíblia, como em nossas experiências, a palavra de Deus é a fonte fundamental que inspira todo o processo do acompanhamento.
Uma longa partilha nos permitiu a cada uma expressar seu pensamento, sua convicção e seus sentimentos acolhendo-nos mutuamente. Concluímos que a vontade de Deus é uma paixão e um alimento por Jesus e por Emilie, um alimento e a coluna vertebral de sua espiritualidade. O « discernimento e o acompanhamento são as chaves para viver em sintonia com a Vontade de Deus.
À tarde do dia 8 de agosto, começamos o retiro com o tema « Reaviva o dom de Deus que há em ti ». Foi orientado por nossas irmãs Marie Philomène e Eliane Claire.
Cada dia tínhamos duas colocações e a oração comunitária à tarde ; assim que tivemos bastante tempo pessoal para gozar da felicidade de estar aos pés de Jesus e deixar-nos olhar por Ele. Foi através dos aspectos que se seguem que, durante cinco dias, nossas irmãs nos ajudaram a « reaviver o dom de Deus em nós ».
Reavivar o dom de nossa consagração.
Reavivar nossa identidade de mulheres centradas em Deus Só.
Reavivar a felicidade de sermos mulheres escolhidas.
Reavivar nosso ardor missionário.
Reavivar a confiança que Deus depositou em nós.
Um retiro diferente dos que habitualmente fazemos. As irmãs nos ajudaram a confrontar a Palavra de Deus com as nossas Constituições. Pudemos ver, sentir e descobrir como, concretamente, Emilie viveu o amor a Deus e ao pobre no cotidiano, convidando-nos a ter os olhos sempre fixos em Jesus Salvador e nossa vida centrada em Deus Só.
Tomamos a liberdade de partilhar o testemunho de algumas dentre nós :
« A graça do retiro foi para mim, um tempo de escuta, de diálogo e de interiorização. À luz da Palavra de Deus e de nossas constituições, pude experimentar a centralidade em Deus Só como fonte de felicidade na vida consagrada. Assim centradas em Deus, a missão como a vida Fraterna refletem a beleza do Divino Salvador. Agradeço a Deus por essa experiência de oração e, também, para que o olhar imaculado, sobre todas as coisas, seja um exercício diário em minha vida ». (Georgette Ndour)
Graças as colocações feitas por nossas irmãs Eliane e Marie Philomène, aprofundamos no retiro, de modo especial, nossa espiritualidade, a partir de nossas Constituições, fazendo o paralelo com os textos bíblicos. Pouco a pouco, aprofundamos, também, os diferentes aspectos de nossa consagração no seguimento de Jesus Salvador : recriar nosso ser de mulher amada, nossa identidade missionária, reavivar a confiança que Deus depositou em cada uma, reconhecer que nossa primeira missão é na nossa comunidade. Que missão Jesus Salvador pede, hoje, a cada uma de minhas irmãs de comunidade? O retiro nos orientou para a verdadeira felicidade, que só se encontra na oração profunda aos pés de Jesus Salvador. Onde deparamos com o desafio deixado por Emilie : “quão felizes sereis, quando Deus só reinar em vossos corações”. Daniela Irala Meza
“O bom Deus, às vezes, conduz as coisas de modo muito diferente do que pensamos; o essencial é deixá-lo agir”. Deus vê o que é bom. De coração aberto me coloquei para recolher, separar, decantar , tratar e purificar, para tornar-me uma água mais saudável. A Palavra de Deus e as Constituições me sustentaram para REAVIVAR o Dom que há em mim, manter os olhos fixos em Jesus e aquietar o coração diante das minhas fraquezas. Agradeço a Equipe que nos possibilitou este tempo de pausa neste lugar sagrado e querido por todas nós. Que a graça de Deus nos ajude a sermos mulheres felizes em nossas realidades de convivência e missão. Marinalva José da Silva.
Esta semana rica em formação e retiro nos reanimou e preparou para continuar a reciclagem com fé e confiança. Muito obrigada a cada uma/um que nos acompanhou, especialmente, durante nosso retiro. De Roma, dar-lhe-emos nossas notícias no próximo jornal.
Suas irmãs Adelaïde Victoire e Geneviève em nome de todas as reciclandas e acompanhantes
Deus Só!
Roma, 29 de agosto de 2017
Queridas Irmãs e Irmãos, Leigas e Leigos,
Continuamos nosso caminho na descoberta, na interiorização mas, também, na alegria de lhes partilhar nossas notícias. Agradecemos as suas orações, mensagens, votos e o forte espírito azul de família que nos une. No último jornal, paramos no dia 13 de agosto, Domingo. É com prazer que voltamos para continuar partilhando, com vocês, esta etapa de nossa reciclagem de 2017.
A manhã de 14 de agosto, foi-nos deixada livre ; após a oração e o café, algumas aproveitaram para por ordem, lavar ... outras, como pássaros soltos da gaiola, voaram para descobrir « o supermercado » da bela cidade de Castres.
Às 13h30min, após termos degustado uma deliciosa refeição, sob o sol quente do verão, fomos ao cemitério para visitar o túmulo de nossas irmãs. Momento de emoção. Rezamos e agradecemos pelos feitos dessas valentes missionárias azuis.
Às 15h 30min, as irmãs da casa mãe nos acolheram em um encontro de família. Após algumas noticias recebidas da Burkina Fasso e do Mato Grosso, de modo criativo, aproveitamos deste encontro, para expressar a nossa gratidão a cada irmã da comunidade. Para dizer a verdade, não nos faltou nada. Muitas vezes estávamos sob as ameixeiras... imaginem o resto.
Cada uma das irmãs se apresentou, partilhando a sua missão específica. Terminamos esse encontro com um canto de ação de graças e a entrega de uma planta como expressão de nossa gratidão pela disponibilidade e numerosas delicadezas. Podemos confessar-lhes, orgulhosas, que nos sentimos muito bem entre vocês, em nossa casa, como nos dizia Michèle Cancalon em suas palavras de boas vindas. Às 17h 30min, fomos à Residência Emilie. Que alegria encontrar-nos com nossas irmãs idosas! Foi maravilhosa a apresentação de cada uma. Mesmo as mais frágeis puderam se expressar com uma palavra ou com um sorriso. No final visitamos toda a Residência. Que a vida doada de nossas irmãs, estimule, cada vez mais, nosso amor para com os mais pobres.
No final desse dia, tomamos o avião para a descoberta da Província Amazone du Benin, com uma bela noite cultural ! Notemos de passagem que, a cada dois dias, tínhamos direito a momentos de descanso : « Castres by Night » com a descoberta das cores do mundo.
No dia 15 de agosto, solenidade da Assunção da Virgem Maria, começamos o dia, com o canto de Laudes rezando com a comunidade. Depois do café, nós nos reunimos com a irmã Nuria que nos orientou para fazer a síntese desta primeira etapa da nossa reciclagem. Ela nos deu um roteiro para a meditação e releitura do que vivenciamos. Cada uma teve um tempo pessoal para se auto-avaliar e fazer sua síntese. Partilhamos algumas considerações das reciclandas no final desta primeira etapa.
« Sinto-me muito agradecida e feliz pela oportunidade de percorrer, conhecer e sentir os lugares, por onde NBM viveu e passou. Aqui na Casa Mãe, tudo me leva a pensar no dom total, na coragem, na audácia e no amor a Deus ... É muito bom rever a história e perceber como Emilie e cada irmã, em seu tempo, estiveram atentas aos pelos da realidade e abertas ao Espírito. Hoje, sou eu, somos nós que continuamos o Carisma, com a esperança e confiança de seremos fieis. (Iandra Cristina Vieira)
« Reavivar o dom de Deus que há em mim ? Esta primeira etapa da reciclage foi para mim muito forte em emoções ao percorrer os passos de Emilie, pisar na terra que a viu nascer, crescer e consagrar-se a Deus Só. Sou uma mulher feliz de ter, mais uma vez, bebido na fonte tão doce, tão boa, para dar mais vida à minha consagração. O que guardo de mais importante desta primeira etapa, é ter sido chamada a ser uma mulher centrada em Deus Só como Emilie. Isto implica a escuta e vivência de sua Palavra no meu dia a dia ». (Irmã Marie Angélique)
Às 11h, fomos à missa na igreja de Notre Dame de la Platé. Como lembrete, foi aqui que nasceu a nossa bela Congregação. A missa só é celebrada, nesta Igreja, na solenidade da festa da padroeira. Tivemos o privilégio de cantar no ofertório e participar da procissão do ofertório. Sob a direção de Irmã Adelaïde Tomede, executamos um canto Béninois ao ritmo de diversos instrumentos e de alguns passos de dança. Que surpresa ! A assembleia se transformou em fotógrafos. Na volta, para comemorar a solenidade do dia, foi servido um aperitivo com uma farta refeição: não faltaram as endívias ! À tarde, arrumamos as coisas para nossa ida a Roma.
No dia 16 de agosto, levantamos como de costume. Após a oração e o café, começamos a descer as malas para a grande partida. << Partir é morrer um pouco, mas partir para buscar a Deus, é encontrar a vida >>. As tendas já foram armadas?
Oh, já estamos com saudades ao deixar a nossa querida Casa Mãe, mas o que fazer ! A missão urge. O que guardamos? O edifício majestoso com a Capela ao centro, lembrando, para não se esquecer, da centralidade de Deus na vida de uma irmã azul ; o belo jardim em que gostávamos tanto de nos reunir para rezar, por todas, no túmulo de nossa Boa Madre; os espaços internos que nos evocam tantas lembranças, a vida que circula desde o tempo de Emilie e que continua até hoje, colocando-nos em movimento ; a acolhida calorosa e alegre de nossas irmãs que nos ajudaram a reavivar o espírito azul. Obrigada, mamãe Emilie, por tudo o que continua nos ensinando sobre você. Com o olhar fixo em Jesus Salvador continuamos o nosso caminho. (Marie Angèlique)
Às 10h30min, com as bolsas em mão, fomos para o ônibus que nos levou ao aeroporto de Toulouse. Fizemos uma boa viagem. Na chegada a Roma, fomos muito bem acolhidas. E de antemão, expressamos nossa gratidão às comunidades de Caná e da Casa Geral.
A manhã do dia 17, foi dedicada para organizar nossa estadia em Roma e o contato com a casa e o bairro. À tarde, nossa primeira visita foi à Basílica de São Pedro. In loco, irmã Nuria nos ajudou a apreciar a beleza da Basílica, da esplanada com as colunas, dos edifícios que estão em volta, da Via Conciliazione... Ela nos recomendou de não esquecer desses dois grandes homens, Bernini e Michelangelo, cujas obras tornam célebre este conjunto. Após as explicações dignas de um curso de história da arte e de catequese, pudemos começar a nossa visita. Nosso peregrinar espiritual consistia em renovar a fé em Cristo nos passos de São Pedro, martirizado nesses lugares e onde está enterrado. Rezamos por toda a Congregação, pedindo ao apóstolo São Pedro de nos conceder seu zelo e ardor no seguimento de Cristo. Nossa caminhada estava em seu auge quando, providencialmente, tivemos a oportunidade de participar da celebração Eucarística, no mesmo altar, onde foi a missa, em ação de graças, pela canonização de nossa Boa Madre.
De 18 a 20 de agosto, tivemos a nossa primeira sessão, aqui em Roma, com a irmã Justi Muñoz, da Província da Europa, sobre a Beleza da Vida Consagrada. Utilizou uma dinâmica participativa que consistiu na apresentação do tema por partes e de forma prática, interagindo com o grupo. Em seguida, a reflexão pessoal e/ou trabalho em grupo, apresentado em plenário de forma criativa.
No primeiro dia, trabalhamos as características da beleza. Com a pergunta : - O que é a beleza ? Começou partilhando as resposta que obteve de 25 pessoas, de idade e de sexo diferentes, e de diversas condições. As respostas, no entanto, apresentaram duas características comuns : a profundidade e o fascínio. Partindo das 15 características de beleza definidas pelo autor Amadeo Cencini, fomos convidadas a ler e a partilhar em pequeno grupo as que mais nos tocaram. Resumidas abaixo :
- A beleza em relação à dimensão espiritual: Quem a escolhe deve fazê-lo com « coragem e decisão » ; a beleza se une à oração e ao amor ; é lindo amar, servir, lavar os pés aos pobres, e se deixar envolver pelo olhar de Deus.
- A beleza em relação ao mistério : A relação entre a vocação e a beleza é evidente. O discernimento vocacional é o discernimento da beleza. Nela apresentamos o significado misterioso da vida.
- A beleza humilde e oculta : o que é belo não necessita impressionar... mas se manifesta nas pequenas coisas, no pequeno, discreta e algumas vezes oculta, invisível para a maioria.
- A beleza humana e humanizante : Ela promove o humano, sua dignidade e seus valores, sua verdade mais profunda. O gesto de lavar os pés de um pobre é belo, porque expressa a dignidade e a identidade de quem acha que é natural e belo se inclinar diante do outro para realizar este gesto.
Nas discusões e partilhas, sentimos que Deus é a beleza encarnada nos pequenos gestos de todos os dias : num sorriso, na alegria comunitária, na acolhida do pobre, na centralidade em Deus Só, em uma palavra, como diz, Emilie de Villeneuve : « ver Deus só em todas as coisas e todas as coisas em Deus Só. »
No segundo dia, continuamos o ateliê com o tema : «a beleza e a bondade » ; ícones que nos foram propostos, como meios, para a meditação e à contemplação em nossa relação e em nossa missão. Os ícones da visitação, da cruz do Cristo de Velasquez, do Cristo sem teto que se encontra à entrada da « limosneria Vaticana », quadro da Criação de Michelangelo.
Tudo isso nos permitiu perceber que a beleza não está somente no que atrai, mas no interior e na sua origem em Deus. Com efeito quando a verdade, o bem, o belo se separam, a beleza torna-se posse, como alguma coisa que se consome e se come sem gosto.
A exemplo da mulher que em Lc. 1, 44, banhou os pés de Cristo com um perfume caríssimo, enxugou-os com seus cabelos e indignou a Simão, o fariseu que tinha convidado Jesus para ir a sua casa. Mas Jesus nos convida, através de Simão, a olhar todos os gestos de ternura e de desperdício que estão ao redor de nós. Nosso olhar, é capaz de valorizar o « desperdício de perfume »... esses gestos, totalmente, gratuitos, que só servem, para humanizar a vida?
Outras mulheres nos foram propostas para fazer o paralelo com o nosso ser de mulheres consagradas, apóstolas da alegria e da beleza. São elas :
- Joséphine Bakhita
- Etty Hillesum
- Dorothy Day
Suas vidas e suas obras revelam o rosto de Cristo. Elas são o verdadeiro ícone da beleza de Deus oculto.
O terceiro e último dia de sessão foi mais leve. Após a missa dominical trabalhamos só no período da manhã. Justi nos ajudou a refletir um texto do papa Francisco que afirma que a beleza da consagração está na alegria. A alegria de levar a todos o consolo de Deus, pois na santidade não há tristeza. O papa Francisco pede a cada uma de fazer brilhar a beleza, « sobretudo onde o quotidiano é dominado pelas trevas». Quanto a Emilie, ela nos indica o caminho para viver o discipulado da bondade. No artigo 99 das constituições de 1840 ela nos diz : « trabalharemos sem descanso para adquirir o espírito e os sentimentos de Jesus Cristo ».
« Sim, minhas filhas eu lhes exorto, a renovar-nos no Senhor. A amar-nos todas em Deus e por Deus, a ter-nos um só coração e uma só alma para cumprir em tudo e por tudo a sua santa vontade. Como seremos felizes quando Deus Só reinar em nosso coração, em nosso espírito e em nossa vontade »!
À tarde, com uma bela celebração, encerramos a nossa sessão e a semana. Saímos dos muros de Roma para uma noite cultural e melhor conhecer a missão de nossas irmãs « nas Filipinas » !
Mais uma vez, nós as agradecemos pelas orações que fizeram por nós. Unimo-nos a todas em suas diferentes missões.
Suas irmãs Pauline Andrée Sarr e Louise Sadio Ndene em nome de todas as reciclandas
Roma, 2 de setembro de 2017
Queridas Irmãs e Irmãos, Leigas e Leigos,
Iniciamos o 21 de agosto com uma peregrinação a alguns lugares santos de Roma, que marcaram o processo histórico da fé católica. Valorizamos e admiramos a arte realizada por mãos humanas em estilos tão diferentes dos lugares visitados: Santa Maria Maior, Escada Santa, São João de Latrão, Basílica da Santa Cruz, Fontana di Trevi. (Explicação em anexo). Por último visitamos a BASÍLICA SANTA MARIA DOS MÁRTIRES, dedicada aos mártires da época das perseguições, uma das basílicas mais antigas de Roma.
A manhã do dia 22 de agosto começamos com uma oração fazendo contato com a natureza no jardim da casa generalícia; continuamos coma reflexão do evangelho do dia Mt.19, 23-30 “...é difícil a um rico entrar no Reino dos Céus”.
Posteriormente, de 22 a 25 de agosto, nossa irmã Maria Filomena Mecabo nos ajudou a adentrar-nos na história da Congregação; primeiramente lemos a carta do Papa Francisco aos consagrados, “para olhar nosso passado com gratidão, o presente com alegria e o futuro com esperança”; em um segundo momento visitamos os arquivos originais da Congregação (os arquivos antigos como os atuais). Observamos e valorizamos o delicado e minucioso trabalho de várias de nossas irmãs que dedicaram seu tempo para ir recolhendo e ordenando os arquivos. Sentimo-nos desafiadas a seguir digitalizando e arquivando os documentos. Nessa semana, disfrutamos de uma linda festa das irmãs da província de São Paulo, que nos fizeram degustar de sabores e bailes típicos do país.
Para ir entendendo melhor nossa história de Congregação, aprofundamos algumas teorias como a sociológica, a teoria positivista, e teoria histórico – crítica; a primeira nos ajudou a compreender a realidade como um processo de transformação; a segunda, aponta para uma teoria conservadora, onde prima a ordem e as normas, na qual a mudança é sinônimo de morte; e a terceira, forma parte da vida, nada é eterno nem absoluto, é necessário recriar para seguir tendo vida.
O aprofundamento destas teorias nos iluminou a observar nossa história congregacional com um olhar crítico construtivo, e ajudou a ir recolhendo aquilo que continuará ajudando-nos em nosso caminhar e seguir recriando o carisma. Ver nossa história a partir dessa ótica, nos ajudou a compreender as contribuições de nossas irmãs que nos precederam e que foram fiéis à vontade de Deus segundo sua época.
A seguir fomos convidados a aprofundar em grupo a entrega criativa e fecunda de nossas Superioras Gerais que nos precederam no início, após a morte da Boa Mãe Emilie: HELENE DELMAS, SERAPHINE LEQUEUX, GERMAINE MERLIOT, FLAVIENNE BONHOMME, THEODOSIE RULHE e SYLVIE AZAÏS. Fomos socializando todos os dias o que nos trouxe a história lida. Sentimo-nos em sintonia com a história da Congregação, quanto a não perder de vista a essência do carisma - espiritualidade, manter o espírito de fé, ir traçando o caminho, mesmo que não gostemos, de modo que não falte nenhum elo na história. Vimos que é necessário olhar a história a partir de nosso ser diferente, com nossas qualidades e defeitos, ninguém é melhor ou pior, tudo é um processo de integração de pensamento, coração e entranhas; nossa memória é importante continuar intensificando nossa identidade.
Da MADRE HELENE DELMAS, nós valorizamos sua abertura ao Espírito mais que às regras, ela era uma mulher de muita escuta e diálogo, não tomava decisões sem consultar.
MADRE SERAPHINE LEQUEUX, assumiu a responsabilidade do generalato com força, energia e com um grande senso de dever, tinha uma visão de organização muito rígida. No entanto, ele não perdeu de vista o Espírito da Congregação, ele organizou as comunidades com suas respectivas ecônomas, acompanhou as irmãs muito de perto nas missões distantes respondendo às cartas das mesmas, porque com grande humildade e espírito de fé, sustentou a morte de várias irmãs na missão.
MADRE GERMAINE MERLIOT, melhorou a saúde das irmãs, proporcionando melhor alimentação e formação profunda. Apoiava e dava grande confiança às irmãs, era mais aberta ao carisma do que à lei, foi um período em que as vocações aumentaram.
MADRE FLAVIENNE BONHOMME, em seu tempo, a laicização das instituições religiosas se intensificou, elas tiveram que fechar 13 comunidades em 02 anos, todas retornaram à casa mãe, com vista à expansão para outros países, que alcançou também a América Latina. Acompanhou as irmãs em tudo. Dizia-lhes: "Quanto mais crítico e doloroso é o momento, mais eu sinto que meu coração transborda de ternura para com todas..., tivemos que abandonar tudo, mas nós temos Deus ... somos ricas". Com a força da fé, superaram grandes desafios. A madre FLAVIENNE faleceu antes de completar seu generalato, sendo outra vez sucedida por MADRE THEODOSIE.
MADRE THEODOSIE RULHE, foi uma irmã que viu as dificuldades como uma grande oportunidade para a mudança, considerou o exílio como uma forma de salvação da Congregação. Continuou com a fundação em outros países fora da França, mantendo a espiritualidade com amor e espírito de família. Fundou 12 comunidades, auto abastecendo cada uma. Acompanhou as irmãs com grande ternura, compaixão e misericórdia. Foi uma mulher que escreveu muito, também exigiu que as comunidades escrevessem seus diários e tirassem fotos na missão; Mulher de grande fé e esperança.
SYLVIE AZAIS, é a primeira Superiora Geral com experiência de vida fora do continente europeu (Argentina). Outro fato importante desta época é que todas as irmãs se viram obrigadas a internalizar o conteúdo do Direito Canônico, que por sua vez exigiu a revisão e mudança das primeiras regras da Congregação, a Madre Sylvie, veio pela primeira vez a Roma.
Ela tinha uma visão aberta sobre a missão, viu que não era necessário ir para a África para ser missionária, e dizia: "Eu preciso de irmãs missionárias". Como a situação sócio-política da França estava um pouco mais aberta, nessa época as vocações religiosas aumentaram, várias noviças e novas comunidades em diferentes províncias. A madre Sylvie tinha um relacionamento que criava vínculo com suas irmãs. Sua alegria era ver as comunidades entusiasmadas em responder ao carisma. Ela expressava: "nem a expansão, nem a distância, nem o idioma... separa nossos corações".
Em 1931, as constituições foram modificadas, nela já plasmada a unificação, tanto os votos quanto os hábitos das irmãs auxiliares. Outros acontecimentos importantes da época da Madre Sylvie foram resgatar os escritos da Boa Madre e procurar incessantemente a recuperação da Casa Mãe que fora confiscada anteriormente.
Na tarde de 25 de agosto, a Ir. MARIA LUIZA AYRES compartilhou todas as etapas da causa da canonização da NBM. Alegrou-nos conhecer todos os milagres que Emilie fez, embora muitos deles não foram reconhecidos pela Igreja.
ETAPAS DA CAUSA DA CANONIZAÇÃO DE N.B.M
Começo do Processo Diocesano ………………….……………............…25/08/1948
Exumação do Corpo de N.B.M …....……………………...............………20/11/1948
Fechamento do Processo Diocesano…………………………..........…...06/02/1950
Leitura do decreto da heroicidade das virtudes….......................06/07/1991
Promulgação do decreto da heroicidade das virtudes……........…09/10/1991
Promulgação do decreto sobre milagre para Beatificação……...17/12/2007
BEATIFICAÇÃO ……………………………………………………......................05/07/2009
Promulgação do decreto sobre milagre para Canonização…......06/12/2014
CANONIZAÇÃO …. …………………………………………......................…17/05/2015
Constatamos que todo o processo foi muito difícil; passaram muito anos para iniciar a causa e já não havia as testemunhas.
Ao avaliar esta parte da história congregacional, reconhecemos a riqueza dos dons das irmãs que nos precederam, sentimos a fidelidade de Deus em cada uma delas, tinham a capacidade de transmitir o carisma em seu tempo. O aprofundamento desta história, ajudou-nos a olhar para nós mesmas como igreja e reconhecer-nos santa e pecadora, sentimos a necessidade de sempre voltar às fontes, abertas e flexíveis às realidades que se apresentam.
No dia 26 de agosto fomos convidadas pela Marie Paul Ross, M.A da Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição, a entrar na busca da integração: Vida religiosa – maturidade humana - afetiva, para continuar gerando vida nesse tempo que nos toca viver.
A irmã foi explicando-nos que a saúde sexual não é adquirida com diploma; só se pode viver integrando o biológico, psicológico e espiritual. O principal não é condenar-se, mas compreender-se. Quando não se tem uma sexualidade saudável, é impossível um relacionamento saudável; quando o corpo não é amado, existe o perigo de uma sexualidade desordenada.
Há muitas pessoas que sofrem na vida religiosa porque não é capaz de nomear suas dificuldades, acolhê-las, dar boas-vindas à raiva, ao mal-estar, à insegurança, ao medo ... e tratá-los adequadamente. É necessário desejar estar bem; Se você não se sente bem, você não poderá se ajudar. Somos chamados a uma vida religiosa fecunda.
No dia 27 continuamos com o mesmo tema, aprofundando os valores da liberdade, respeito, fidelidade, verdade e como ir integrando estes valores para ser autêntica e feliz. Ao término deste dia, a Irmã Maria Guilherme partilhou conosco a realidade, cultura e missão da província de Mato Grosso-Bolívia.
Carinhosamente, suas irmãs, María del Rosario e Daniela, secretarias da 4ª semana de Reciclagem.
ANEXO:
EXPLICAÇÃO DOS LUGARES VISITADOS.
Santa Maria Maior, é uma das quatro basílicas maiores em Roma; o nome da igreja reflete duas ideias: por um lado, a de uma basílica maior em oposição a uma basílica menor; também por ser a da Virgem Maria, por ser o lugar maior e importante dos dedicados em Roma ao culto Mariano; a importância desta basílica é devido à neve que apareceu milagrosamente depois de um intenso calor no mesmo dia.
Escada Santa: Esta escada foi mandada trazer por Santa Helena, mãe do imperador Constantino no ano 326 do palácio de Poncio Pilatos em Jerusalém, já que por ela Jesus de Nazaré subiu na sexta-feira santa ao palácio para ser julgado; é conhecido como o lugar mais santo de Roma e do mundo, foi construído por Xisto V em 1853 a Escada Santa e o convento adjacente foram confiados pelo Papa Pio IX aos Padres Passionistas.
São João de Latrão, é a catedral da Diocese de Roma, onde se encontra a sede episcopal do bispo de Roma (o papa). Está dedicada a Cristo Salvador, no entanto é mais conhecida com o nome de São João por estar dedicada aos dois santos principais que levam este nome: João Batista e João Evangelista.
Basílica da Santa Cruz: a igreja contém relíquias tradicionalmente ligadas à Crucifixão de Jesus. Entre estas se encontra partes da Cruz, como o prego; segundo a tradição, foi trazida da Terra Santa por Santa Helena. Sua autenticidade não é segura. O prego e outras relíquias se conservam no santuário "da Cruz", que se encontra dentro da sacristia da basílica.
FONTANA DE TREVI: representada por três personagens: no centro Netuno (Deus do mar domando as águas); nas laterais, duas figuras: uma representa abundancia e a outra a saúde.
Roma, 4 de setembro de 2017
Queridas Irmãs e Irmãos, Leigas e Leigos,
De 26 a 29 agosto, tivemos a sessão sobre a maturidade afetiva e formação ao celibato consagrado com Marie Paul Ross, Sexóloga e religiosa das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição (fundação canadense).
A sessão nos deu a oportunidade de desenvolver uma reflexão sobre a sexualidade vivida numa opção de vida consagrada. Fomos convidadas a identificar os elementos que devem ser considerados no processo de maturidade afetiva-espiritual, para viver melhor o celibato consagrado.
A confirmação de nossa opção vocacional se apresenta como resultado da maturidade humana nos níveis físico, afetivo e espiritual. Daí a importância da formação inicial e continua para viver o celibato consagrado com fidelidade e satisfação.
Durante estes 4 dias fomos convidadas a:
- Integrar os principais componentes que fazem parte da experiência sexual humana.
- Identificar os elementos essenciais à maturidade afetiva, para viver o celibato consagrado com fidelidade, com encanto e a realização pessoal, para continuar gerando vida neste tempo que nos toca viver.
A irmã explicou que a saúde sexual não é adquirida com um diploma, somente se pode viver integrando o biológico, o psicológico e o espiritual. O principal não é condenar-se, mas compreender-se. Quando não se tem uma sexualidade saudável, é impossível um relacionamento saudável; quando o corpo não é amado, existe o perigo de uma sexualidade desordenada.
Há muitas pessoas que sofrem na vida religiosa, porque não são capazes de nomear suas dificuldades, acolhê-las ; dar as boas vindas à raiva, ao mal-estar, à insegurança, ao medo ... e tratá-los adequadamente. Há que desejar estar bem; senão, não poderá ajudar-se a si mesma. Somos chamadas a uma vida religiosa fecunda.
No dia 27, continuamos com o mesmo tema, aprofundando os valores essenciais ao Amor: liberdade, respeito, fidelidade, verdade e crescimento. Valores que são necessários integrar para ser autêntica e feliz.
Para terminar este dia, Irmã Maria Guillerma compartilhou conosco a realidade, a cultura e a missão de Mato Grosso – Bolívia. Terminamos com uma gostosa pizza no jardim e uma dança para fazer bem a digestão.
28 de agosto. Marie Paul fala sobre as etapas do crescimento humano. Elas insistem na maturidade indispensável a partir de certa idade para viver nossa consagração. Trabalhamos, em grupo, algumas questões que lhes compartilhamos: - quais são os sinais que mostram que atravessamos a ponte da infância para a idade adulta? O que significa para nós ser mulher? A partilha foi muito enriquecedora e Marie Paul aproveitou para esclarecer e aprofundar o tema. No jardim, aprendemos alguns exercícios para ajudar a liberar emoções: a marcha terapêutica, a respiração abdominal, fazer tremer o corpo ... pequenas técnicas que nos ajudam no cotidiano de nossa vida.
30 de agosto: após o café da manhã, fomos rapidamente ao Vaticano, dia de audiência com o Papa, para ter um bom lugar e cumprimentá-lo. Confirmamos mais uma vez que o Espírito de Deus sopra onde ele quer e como quer, porque a catequese do Papa foi exatamente na linha do reavivar o dom de Deus que está em cada uma, a partir do chamado de nossa vocação, pois esse foi o texto que nos acompanhou durante toda a reciclagem. Esta mensagem do Papa confirma nosso compromisso de continuar, no cotidiano de nossa missão, a responsabilidade de reavivar, recriar, redinamizar nossa vida como mulheres centradas em Deus Só, sabendo-nos amadas incondicionalmente e de transmitir de maneira criativa esta mensagem, onde formos enviados pela congregação. Sabemos que somos frágeis, vasos de barro que contém um grande tesouro, por isso pedimos que vocês continuem acompanhando-nos com suas orações.
Enquanto umas foram ao Vaticano, Filomena e Margarita acompanharam a irmã Marie Paul ao aeroporto. Agradecemos de coração a Marie Paul e a Equipe Geral por estes 4 dias de formação, que nos permitiram ter um outro olhar sobre nossa história pessoal, nosso compromisso de viver a castidade e nossa disponibilidade de ir à missão.
Após a Audiência e a saudação ao Papa (Irmã Ana Teresa pôde falar com ele e ela por nós) fomos às lojas religiosas fazer as compras necessárias à nossa missão, um pequeno presente para as nossas províncias, e comer uma pizza gostosa.
À tarde, já estávamos em casa. Para concluir nossa reciclagem, tivemos a missa de ação de graças junto com a comunidade cristã, na capela da casa geral. Esta celebração nos permitiu agradecer umas e outras pela acolhida, fraternidade, simplicidade vivida neste tempo. Foi lindo simbolizar a bênção de Maria Imaculada através de fitas coloridas, passando pelo meio e abençoando a todos os presentes. Em seguida, tivemos nosso envio à missão pela equipe geral, que nos chamou pelo nome e entregou a cada uma o símbolo da reciclagem.
31 de agosto: peregrinação nos passos de São Francisco e Santa Clara de Assis. Fomos de trem, contemplando a bela paisagem que nos preparou para chegar à cidade de Assis. Visitamos as Basílicas em clima de oração e de recolhimento. Pensamos em cada uma de vocês e nos unimos à jornada mundial de oração pela criação, estabelecida pelo Papa a partir deste ano.
Algumas ficaram em Roma e aproveitaram para visitar o museu do Vaticano, com tanta beleza, história, arte que manifesta, entre outras coisas a fé das gerações passadas.
Este tempo de reciclagem, iniciado em Castres, foi para nós uma chuva de graças e bênçãos de nosso Deus. Agradecemos, do fundo de nosso coração, a equipe geral, as nossas províncias, nossas irmãs de comunidade, pela oportunidade que nos deram de participar deste momento. Agradecemos, também, por nos ter acompanhado com suas orações e pelas mensagens recebidas, onde sentimos o carinho e interesse por nós.
Merci beaucoup, obrigada, muchas gracias, grazie, thank you.!!!
A cada uma o nosso abraço fraterno e carinhoso. As secretárias da 5ª semana,
Margarita e Angelique
Castres, 6 de agosto de 2017
Queridas Irmãs e Irmãos, Leigas e Leigos,
É com grande alegria que compartilhamos com vocês parte da riqueza vivida pelo grupo de reciclagem nesta primeira semana. “Chegando aqui...” com o coração emotivo por pisar neste solo sagrado para nós, fomos convidadas a Reavivar o Dom de Deus que há em cada uma. As irmãs vindas dos quatro continentes – Ásia, América, África e Europa representando suas províncias, trazem a riqueza da diversidade e são acolhidas fraternalmente pelas irmãs da equipe geral de animação Núria, Rosângela e Marie Beatrice.
Fomos acolhidas de maneira calorosa e dedicada pelas irmãs da Casa Mãe que nos abriram as portas e o coração para que possamos desfrutar deste tempo de graças que a Congregação nos oferece.
Nas palavras de abertura, Núria ressaltou que este tempo “... será para nós momento de recriar nossa identidade e pertença, de reentusiasmar-nos e continuar o caminho do discipulado com mais paixão e alegria”.
Com este espírito fomos peregrinar por Castres nos lugares em que viveu e passou nossa querida Emilie. Caminhando juntas, contemplando paisagens, voltamos no tempo por meio dos relatos escritos e histórias narradas por nossa Irmã Marie José Acosta que foi também nossa tradutora junto com Irene Tessarollo. Conhecemos a histórica Rua Tolosane, número 5, primeira casa habitada por Emilie e suas companheiras. Guiadas por essa memória seguimos em direção a Igreja de La Platé, onde, com grande emoção renovamos nossos votos, assim como o fez Emilie em 1836.
Renovadas pelo amor de Deus e desejosas de servir aos pobres, Emilie e as primeiras irmãs fazem e servem a sopa aos prisioneiros... Ao sairmos de Lá Platé nos dirigimos ao prédio onde ficava a antiga prisão, assim como elas o faziam. Percorrendo as ruas encontramos Natalie, esposa de um dos descendentes de Emilie - que nos reconheceu e nos cumprimentou. Terminamos o nosso percurso contemplando as marcas históricas da igreja de Saint Jacques e mergulhadas na espiritualidade que moveu Emilie.
O segundo dia iniciou com uma dinâmica de conhecimento mútuo e integração. Fomos convidadas a entrar em contato conosco e com as outras deixando-nos interpelar pela voz de Deus que está no interior de cada uma... “Deixe fecundar este sentimento predominante em sua alma, deixe-o crescer a tal ponto de intensidade até sentir-se abrasada por tal desejo...” NP,311.
Intensificando o sentido de pertença, fomos orientadas acerca de tudo o que vivenciaremos neste tempo; também fomos incentivadas a nos organizarmos em comunidades de cinco membros para fazermos a experiência da escuta, da partilha, da comunhão e da interculturalidade.
À tarde, Irmã Colette Marie, veio enriquecer-nos com seu relato sobre a história da capela e suas modificações ao longo do tempo. Daí seguimos em direção a entrada principal para a celebração de abertura. Aí tocamos as chaves originais da casa Mãe e fomos convidadas a entrar em peregrinação: “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo” ( Ap 3, 20).
Aproximando-nos desta história sagrada de nossa Congregação, com os ouvidos de discípulas e com o coração aberto, respondemos ao chamado generoso e comprometido: Senhor, eis-me aqui! Cada irmã foi chamada pelo nome e recebeu uma vela que depositou junto às relíquias de Emilie. Do coração da Casa Mãe, subimos cantando até o quarto de lembranças onde acompanhamos o relato dos últimos momentos de nossa querida Emilie. Desejosas de sermos fieis em viver seu carisma tocamos a cruz que está sobre a cama e lhe pedimos seu espírito.
Sensibilizadas por esses relatos, nos colocamos em sintonia com os sentimentos de cada irmã que vivenciou sua partida e fomos, em silencio, até o túmulo. Em oração, por província, apresentamos a Emilie nossa gratidão, nossos desafios e esperanças, nosso desejo de continuarmos fieis ao seu carisma concretizando-o lá onde a vida estiver mais ameaçada.
Tomadas pelo sentimento de alegria por estar aqui nesta terra sagrada para nós, iniciamos nosso terceiro dia caminhando até o poço onde recordamos a experiência de abandono e confiança de Emilie e das primeiras companheiras. Do medo de não encontrar água até o jorrar abundante, das incertezas humanas à confiança na Santíssima Virgem, do primeiro trabalho neste terreno à entrada de uma postulante no dia e o recebimento da planta do convento ... Estar e beber da fonte de nossa espiritualidade para saciarmos e para darmos de beber.
Este dia foi marcado pela reflexão sobre nossa espiritualidade; uma maneira, um jeito de ser e estar no mundo; um tempo de profundo encontro conosco mesmas, com Deus e com nossas irmãs; encontro com os eixos de nossa espiritualidade e aprofundamento do quarto Voto que nos convoca e identifica; um eixo transversal de nosso “ caminho comum de discípulas em singularidade e pertença”, que inclui, integra e fortalece o sentido azul dos outros três votos que professamos.
Esta mística nos faz olhar para a realidade e abraçar toda pessoa em sua trajetória, em comunhão com o cosmos respondendo “aos desígnios de amor que Deus tem sobre os povos”. Convidadas a contemplar em nós e na natureza traços desta água que saciou a Samaritana, a Emilie e hoje a cada uma de nós, percorremos o jardim e compartilhamos em trios nossa oração, e nas pequenas comunidades, nossa experiência do quarto voto que nos direciona ao encontro conosco e com o outro na vivência de uma relação salvífica.
À noite, festa com nossas irmãs da PAC que nos alegraram e enriqueceram apresentando sua missão e compartilharam aspectos de sua cultura abrindo-nos à diversidade e dando-nos exemplos concretos de que nossa espiritualidade nos compromete com a vida.
“O sol nasceu, é um novo dia, bendito seja Deus quanta alegria!...” Acolhemos o novo dia, cantando este mantra, indo em direção a Albi, local onde Emilie foi muitas vezes tratar de assuntos de nossa Congregação. Pensar que Ela certamente rezou muitas vezes nessa catedral de Santa Cecília, admirou sua beleza e confiou a Jesus seus projetos, nos move a fazer o mesmo. A imponência e a beleza desta igreja nos surpreendem... uma construção que ultrapassa o tempo e a história... quantas vidas por aí passaram e ainda hoje são marcadas por tantos traços da espiritualidade Cristã.
De Albi seguimos em direção a Lautrec, onde fomos recebidas com muito carinho pela comunidade que compartilhou conosco sua missão de ser presença junto aos residentes da casa de repouso.
Emilie, em 1837, fez aí um retiro, pois vivia um momento delicado. É em meio a este tempo de “mareo”, que ela renova sua entrega fazendo o Ato de abandono. Como Ela, renovamos nossa confiança em Deus rezando, na capela, esta oração.
Seguimos à tarde para Hauterive e à Gaix... espaço da relação de amizade entre Emilie e Coralie... Tudo nos falava de seu desejo de servir, de entregar a vida, de suas relações, da sua decisão... Da capela à mesa de pedra... Assim confirmamos, mais uma vez, nossos passos nos passos de Emilie e com Ela fizemos memória do nosso chamado a vida religiosa e do caminho que percorremos até chegar aqui.
Este dia foi marcado pela intensa relação de amizade que estamos construindo umas com as outras e pela amorosa acolhida dos descendentes das famílias de Villeneuve - Hauterive e de Blaye - Gaix.
Mais um dia se inicia, e como as mulheres da ressurreição, acordamos bem cedo para nosso peregrinar rumo a Lourdes: lugar de encontro e profunda experiência de Deus. Tantos povos, tantas culturas... gente do mundo inteiro aos pés da Santíssima Virgem. Andamos com Maria, Mulher, Mãe e Discípula e depois percorremos o caminho de Santa Bernadette que acolheu com generosidade, em sua vida a vontade de Deus.
Algumas participaram da eucaristia na gruta, outras na Basílica... unindo-nos a tantos peregrinos que tem sede de Deus. Da emoção de entrar e tocar nas pedras da gruta, à experiência de sentir a água de Lourdes, até a vivência alegre e fraterna com as irmãs das duas comunidades, onde fomos muito bem recebidas, sentimos o quanto Deus nos ama!
Nas idas e vindas do nosso peregrinar, vivenciamos a alegria, a reflexão sobre a presença de Maria em nossa vida e na vida da
Congregação. O que significa sermos Irmãs da Imaculada Conceição hoje? Implica em dar a própria vida se for preciso como fizeram tantos mártires, homens e mulheres de nossos continentes. Implica
sermos mulheres inimigas da injustiça, da violência e de todos os dinamismos de exclusão e nos ajuda a sermos mulheres disponíveis para favorecer e defender a vida onde estiver mais ameaçada. Aí
consagramos nossa vida, nosso desafios e projetos ao coração disto doce Mãe: “Quanto mais amarem Maria, mais seu amor a Jesus será puro e generoso”.
Chegamos ao sexto dia de nossa reciclagem com a reflexão sobre Jesus Salvador. Nos reunimos no quarto de lembranças os em torno ao
mesmo crucifixo que nossa querida Emilie contemplava e se deixava inspirar por suas palavras, seus sentimentos e atitudes. “Preciso, sobretudo, de luzes para entrar bem no espírito de nosso
Divino Salvador e imprimi-lo no coração de todas as minhas filhas” C.D. nº 113. Um momento forte de retomar e ressignificar a dimensão de Jesus Salvador em nossa experiência pessoal e
comunitária.
Somos convidadas à reflexão pessoal e partilha comunitária sobre o que significa viver a vida de Jesus Salvador hoje, em meio aos desafios do mundo contemporâneo. Ressaltamos os seguintes aspectos: Deixar-nos interpelar pela palavra de Deus para entrarmos num processo de conversão pessoal, conviver com os pobres para sentir com eles e ajudá-los a resgatar sua dignidade de pessoas com dons, promover o Reino, ser sinal profético, denunciar as estruturas de morte e comprometer-nos com a vida mais ameaçada. Terminamos este dia de reflexão com uma mesa redonda na qual nossas irmãs Michelle Cancalon, Virgínia Matos, Ivete Bernardes e o casal de leigos, Sra. Marie Christine e Ives Fabry compartilharam como vivem a vida de Jesus Salvador.
Assim finalizamos a primeira semana com uma rica apresentação cultural da província PAO que nos animou e alegrou em sua noite de festa.
Agradecemos as Provincias e comunidades todas as mensagens que vamos recebendo e as orações que nos acompanham. Sentimos o quanto é forte o espírito de família que nos une.
A cada uma o nosso abraço fraterno e carinhoso. As secretárias da semana,
Iandra e Marinalva
Nós, irmãs de 8 a 15 anos de votos perpétuos, vindas dos quatro continentes onde estamos, Ásia, América, África e Europa, fomos recebidas delicada, calorosa e fraternalmente pelas irmãs da equipe geral e da Casa Mãe. Tudo preparado com muito carinho.
Na abertura, Nuria nos convida a entrar e viver esse tempo como “um momento de recriar nossa identidade e pertença, reentusiasmar-nos e continuar o caminho do discipulado com mais paixão e alegria”.
Com este espírito saímos em peregrinação em Castres, percorrendo com emoção os lugares em que viveu e andou nossa querida Emilie. Relatos históricos lidos e
outros narradas por nossa Irmã Marie José nos fizeram voltar ao tempo, na Rua Tolosane, primeira casa habitada por Emilie e suas companheiras, na Igreja de
Lá Platé, na antiga prisão e completamos a visita na igreja de Saint Jacques.
Iniciamos um novo dia com uma dinâmica de conhecimento mútuo e integração que nos aproximou mais ajudando-nos a colocar nome nos rostos. Continuamos conhecendo o conteúdo que vamos vivenciar durante este tempo de ressignificação da vida e da consagração, assim como algumas orientações quanto à organização de nossas pequenas comunidades interculturais e serviços cotidianos assumidos por todas. Tivemos o prazer de escutar Ir Colette, em seus 93 anos, explicando cada detalhe da capela da Casa Mãe e suas modificações. Em seguida, vivenciamos a celebração de abertura percorrendo estes lugares sagrados para nós.
Continuamos nosso processo mergulhando no tema da espiritualidade, aproximando-o da espiritualidade na vida de Emilie e, como consequência, o caminho experiencial que faz para chegar a acrescentar o quarto voto para a Congregação em 1840. A tarde foi dedicada a aprofundar a força deste voto em nossa vida.
Para alargar nossa experiência, o dia quatro foi de um longo peregrinar por Albi, Lautrec, Hauterive e Gaix, locais com traços significativos para todas. Em cada um deles, fizemos memória dos momentos significativos da vida de Emilie para nós hoje.
A longa peregrinação do dia 5 em Lourdes nos deu a alegria de estar aos pés da Virgem, unidas a toda a Congregação e onde seguimos os passos de Bernadette. TAmbém tivemos a alegria de um encontro alegre e fraterno com cada uma das comunidades de Cité Saint Pierre e Soum, conhecendo a missão que realizam.
O domingo foi dedicado a aprofundar o eixo da espiritualidade de discípulas de Jesus Salvador. Entre estar aos pés de Jesus na sala de souvenir, reflexão pessoal e partilha nas pequenas comunidades, concluímos com o testemunho das irmãs Michelle Cancalon, Virginia, Ivete e o casal Yves e Cristina Fabris sobre a maneira como vivem essa dimensão de Jesus Salvador em suas vidas e missão.
Nossa segunda semana começa com uma peregrinação a Toulouse, em 7 de agosto. Fizemos esta viagem em um clima de oração, em comunhão com Emilie, que a fez várias vezes por questões administrativas, espirituais e missionárias. Nós visitamos a Catedral de Saint Etienne onde a Boa Madre foi batizada em 11 de março de 1811. Vimos o túmulo do Sr. Riquet De Bonrepos, antepassado de Emilie construtor do Canal de Midi, e rezamos na capela de St. François Xavier onde Emilie rezou com as primeiras missionárias antes da partirem para Senegal.
Nossa peregrinação continua na estrada de Pibrac. Alí Emilie foi com uma irmã, uma noviça e uma aluna para pedir à Beata Germaine o fim da epidemia do cólera. Ela foi a última vítima.
Terminamos o dia partilhando com a comunidade de Saint Jacques que nos recebeu braços e coração abertos.
Começamos o tema do dia 8 na capela: "Busca da Vontade de Deus-discernimento e acompanhamento". O dia inteiro refletimos este tema - que foi uma paixão para Jesus e Emilie.
Nessa noite de 8 de Agosto começou nosso retiro até domingo 13. Confiamo-nos às suas orações e prometemos a nossa.
Junto com Marie Philomène Diouf, orientandora do retiro e Eliane Claire Kenguele, dinamizando as liturgias, as reciclandas e outras irmãs, mudaram o cotidiano na casa mãe, mergulhando no silêncio, na oração e contemplação. Somente algumas linhas para saborear o “Reavivar o dom de Deus que há em ti...”
Da Identidade do Povo de Israel no EU SOU a quem pertencem por escolha, à nossa identidade de CIC em Deus Só, pertencendo a Deus Só, a Jesus Salvador, à Igreja e aos pobres.
Da mesa de pedra à mesa da Eucaristia onde se realizam os desígnios de amor de Deus para os povos, a mesa universal, onde todos são incluídos e a quem Jesus se dá como pão, ao nosso compromisso com o 4º voto de consagrar-nos aos pobres e membros sofredores de Jesus Cristo.
De um povo escolhido que nasce a caminho, no êxodo, ao “ide e fazei discípulos meus todos os povos”, e “ide sem vacilar lá onde a voz dos pobres as chama, onde Jesus não é conhecido nem amado... reconhecendo que somos “bem aventuradas, Felizes” quando nos colocamos nessa dinâmica do caminho, avante, em marcha, a um “onde” que não tem fronteira, que não termina enquanto houver um pobre que clama. Tudo isso a partir de uma comunidade que busca estar com os olhos fixos em Jesus Salvador; que se reconhece e se acolhe como DOM ao próximo, e que tem o Hoje – cada novo dia, para decidir a responder ao projeto de Deus.